quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Garota Dagger

Sou uma garota dagger. Uma garota rock and roll. Ou melhor, nasci punk. Não na melodia que polvilha meus poros, mas nas minhas atitudes e verdades.

Não me peça MPB. Não espere bossa. Sou muito mais Janis que João Bosco. Chico? Obrigada, dispenso. Prefiro comer pão com queijo num pé sujo, dá no mesmo.

“Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada” e por ser Caetano mano de Dylan, amo.

Nas minhas letras não cabem laiá-laiá, não há espaço para tumbalaiê. Enrolação e firulas verbi-voco-visuais para mim é coisa de quem não tem o que dizer.

Se eu fosse um chocolate, seria um bombom com recheio de geléia de pimenta. Gosto do que escorre, da surpresa.

Se fosse um filme, seria um Almodóvar, já que falo com eles - sujeitos em coma; embora tenha Sartre entre meus livros de cabeceira, jamais seria um Woody Allen.

Não sou retrô nem moderna. Sou uma garota do meu tempo. Uma garota que possui as mesmas, ou, quase as mesmas, aflições que qualquer outra.

Não preciso ouvir música clássica, já uso colar de pérolas.

E embora eu pareça meio louca e já tenha ficado de calcinha e sutiã no meio da rua, não tiro a roupa para qualquer um.

Não sou Caju. Não estou, nunca estive e nunca estarei jogada aos pés de ninguém, embora às vezes eu seja meio exagerada.

Silêncio só se for regado a jazz: com harmonia e melodia.

Portanto, honey, não espere que eu esteja sempre bem penteada, usando roupas beges, falando baixo, carregando clássicos da literatura debaixo do braço, que seja discreta e banque a dama na rua e a puta na cama.

Posso ser dama na cama e puta na rua. Depende da bebida, da pomba-gira, da cigana que me habita, da roupa íntima e da intimidade estabelecida. Depende da minha vontade. Ela, a minha vontade, e somente ela, é quem me guia.

Sou artista, vivo em camarins, onde posso ser outra a qualquer momento sem sentir pena de mim, sem sentir pena do que não fui e do que poderia ter sido, porque a porta de um camarim é uma entrada para a reinvenção de si.

Não sou como você, “um gatinho que quer comer o peixinho mas não quer molhar as patinhas”

Da MPB eu fico com o refrão: “eu sou assim, quem quiser gostar de mim, sou assim”...

3 comentários:

gabriela disse...

Valeu Ju ! 2009 foi muito nosso e de mais ninguem!!
A Aida q os diga..hahahahah!! Te amo dagger beijos G

Anna Rocha disse...

ai que delicia de ler!!!

bjocas meninas!!
ótimo natal pra vcs e um 2010 maravilhosooo!!!
pra todas nós!!!

DJ Vivi Reis disse...

Daggerssss! Por isso que eu amo esse blog! Literalmente representam!